Prefácio

Obra de uma mente pervertida em alguns momentos de delirante embriaguez e outros de agonizante lucidez, esses textículos (pequenos textos) que pendem em suas mãos, antes de mera ejaculação mental, é um estudo: um estudo do cérebro humano! Essa investigação que realizo, apesar de algumas vezes confundir-se com a escatologia, consiste numa autópsia do cérebro, que é delicadamente esquartejado na tentativa de dele extrairem-se elementos que, após analisados, nos ajudem a entendê-lo e, consequentemente, a entendermos a nós mesmos. Dessa necropsia almejo arrancar a essência humana!
Não me interessam nessa busca neurônios, hemisférios, encéfalo ou outros aglomerados de células. São apenas tecidos que após nossa morte apodrecerão como todo o resto de nossa podridão; interessam-me os sentimentos, emoções, instintos e reações que nos tornam o que somos e que continuam em outros após a nossa morte, perdurando esse delírio onírico ao qual chamamos de vida, esse teatro kafkiano.
Desejo-te uma boa leitura e aproveitando a oportunidade faço-te um pedido: se achares que esses textículos que repousam em suas mãos não são dignos de apreciação, do ponto de vista literário, e que ao contrário do que outrora fora dito não passam de parca ejaculação mental e se porventura tiveres a oportunidade de me dizer isso, não o faça, cale-se ou minta! E ficarei muito grato. Porém, se considerares obra indigna apenas do ponto de vista da moral, mas ainda assim obra que constitua boa leitura, não se acanhe, faça de tudo para expressar sua opinião a mim. Pois a sinceridade é a característica humana a qual mais admiro.